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“Deus significa Amor”.

Admiro profundamente a palavras que lemos na bíblia. Eu mesmo pude sentir, em muitos momentos de minha vida o conforto trazido por elas, mas sinto principalmente nos últimos meses, que Deus tem me falado de outras formas.

Hoje tenho a graça de poder passar aquilo que sinto. Somente quando pude sentir Deus falando é que as palavras sagradas tiveram um verdadeiro sentido para mim.

Junto com meus irmão de fé, PV, toco as sextas-feiras em adoração, em uma igreja que fica no bairro de Olaria. Nesta sexta(18/12), a coordenadora do grupo de adoradores me perguntou antes de iniciarmos:

– Você pensou em algo pra hoje?

Eu respondi, certo de que como sempre não havia conseguido “planejar” nada:

– Que tal trabalharmos isso? (Apontando para a estampa de sua camisa).

Em sua camisa estava escrito o que para mim significa Deus – “Amor”.

Estive 16 anos participando intensamente em inúmeras atividades pastorais e somente neste último ano, pude verdadeiramente sentir o “Amor que é Deus” em sua essência.

Crianças, pobres, doentes, excluídos…esses são o maior exercício de amor para mim, superando muitas vezes as pessoas que quase nunca falo, por falarem mal de mim.

No olhar das crianças, pude recuperar muito do que perdi durante os anos. A pureza, a observância, a ternura, o amor primário, o amor puro. Sinto que isso reforça e muito a minha vocação a paternidade, mas tenho certeza que é algo que vai muito além disso.

O amor de uma criança é sempre sincero, se um pequenino ama alguém, esse amor é algo que fica claro, pois este ainda não desenvolveu a capacidade dissimulada de mentir com tanta perfeição, para os outros e para si mesmo, a ponto de fazer a mentira se tornar verdade. Noto um clara diferença entre os pequenos e as pequenas. Eles no geral são mais teimosos, mais chorosos, mais brutos. Destes tem-se o respeito de duas formas, pelo medo, que é perdido de acordo com o tempo ou pelo amor, que tende a se tornar uma admiração profunda, passando a enxergar no outro um reflexo do que quer para si.

Elas geralmente são ternas, mais carinhosas que eles, delicadas e encantadoras. Confesso ter uma grande dificuldade em agir de forma corretiva com elas. Uma simples palavra entoada por elas, me neutraliza.

Enxergo na diferença dos gêneros dos pequeninos, a perfeição da natureza criada por Deus.

“Cada qual possui sua essência, mas ambas são extraídas do mesmo jardim”.

 

Sem sombra de dúvidas o olhar mais difícil é ao pobre, doente e excluído. Quantas vezes, estive com um irmão de rua e não o olhei nos olhos?

Inúmeras! Por medo, por repulsa, por vergonha!

Estes são os mais queridos de Francisco! Foram para ele a voz de Deus.

Suas feridas da carne revelavam aos olhos uma parcela risória das feridas da alma.

Para mim são os mais difíceis de amar, não somente pelo seu aspecto, pois isso tenho aprendido a crescer e superar, mas principalmente por eles não saberem ser amados. Eu entendo que estes irmãos devem ter sofrido tanto em suas vidas, que qualquer proximidade com o próximo, possa representar uma nova agressão.

“Quando vejo suas almas, posso ver e sentir a dor. Isso me entristece, mas afirma meu chamado.”

 

“Senhor eu quero ama-los! Ensina-me!”          

 

O amor para mim meus irmãos, é um exercício de longa duração. Muitos levam sua vida toda exercitando e ainda sim não o sentem.

Um dia eu parei de tentar e decidi sentir. Foi a melhor troca de caminho para mim.

“Transformei minhas dúvidas em certezas, no momento em que disse, Sim”.

 

Gostaria de dividir um pouco desse amor convosco! As palavras são limitadas, mas também foram a única forma.

“Pai, sei que em minhas orações, Teu silêncio, só me basta!”

Certos do amor, agora vamos agir!

“Juntos somos Cristos”.

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